Um estudo realizado pela União Interparlamentar, organização internacional responsável pela análise dos parlamentos mundiais, mostra que dentre 192 países, o Brasil aparece no lugar de número 142° do ranking de participação de mulheres na política nacional.
Os dados, que foram atualizados em outubro, tem como base as eleições federais compreendidas entre 1997 e 2018.
O levantamento da organização aponta que as mulheres brasileiras ocupam 15% das cadeiras da Câmara dos Deputados. Já no Senado Federal brasileiro o número é ainda menor: 12,4%.
Apesar da pouca representatividade, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as mulheres representam 51,5% da população total do país.
Segundo o cientista político e doutor em direito, Geraldo Tadeu, essa falta de representatividade diminui a pluralidade do debate no parlamentar.
“Os homens se preocupam mais com assuntos relacionados à segurança pública e à economia. Enquanto as mulheres dão prioridade a discussões relacionadas à saúde e educação, que acabam ficando em segundo plano por conta de ter uma maioria masculina no parlamento”.
Ele diz que há mais homens que mulheres, pois os próprios partidos não incentivam tanto essa pluralidade. “Eles cumprem a cota de vagas, que é de 30%, mas não incentivam essas candidaturas”.
A lei federal 9.504 prevê uma reserva de vagas para mulheres. Segundo a lei, “Do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.”
Levando em consideração somente os países da América Latina, apenas o Haiti ocupa uma posição inferior ao Brasil no ranking que sinaliza a participação das mulheres na política. A Argentina, que está em vigésimo lugar, é o país mais bem colocado da região.
Ainda de acordo com a lista desenvolvida pela organização internacional, a Ruanda vem em primeiro lugar com 80 vagas e 49 mulheres no parlamento, ou seja, uma representatividade de 61,3%. Seguida de Cuba com 53,4%, da Nicarágua com 50,6% e do México com 50%.
No entanto, países como o Japão, Índia e Qatar registram uma menor participação feminina do que o Brasil, segundo o estudo da União Interparlamentar.
A nação asiática aparece em 165° lugar, já que apenas 9,9% de seus parlamentares são mulheres.
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