Ginecologistas explicam qual a maneira correta de armazenar a pílula; confira!
Recentemente, viralizou nas redes sociais uma publicação que dizia que uma estagiária teria engravidado após esquecer o anticoncepcional no carro e o calor ter feito com que ele perdesse o efeito. Alguns usuários foram pegos de surpresa com o relato e se queixaram se isso realmente seria possível. A resposta é sim. Assim como qualquer outro medicamento, a pílula contraceptiva precisa ser guardada em um local seguro.
“O que a gente recomenda é que o anticoncepcional fique longe da luz e de temperaturas extremas. Então, a melhor forma de armazenar é justamente evitando a exposição ao sol ou a temperaturas muito frias, mas principalmente, calor e umidade”, explica o ginecologista Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).
“Algumas pessoas, não apenas mulheres, costumam guardar medicamentos em necessaires, bolsas, dentro do carro, no armário do banheiro, ou seja, em lugares que bate sol, tem umidade, e isso é muito perigoso, porque acaba perdendo a qualidade farmacológica do remédio. O ideal é sempre guardar em local arejado, ventilado, que não bata sol direto e não tenha umidade”, completa Rogério Tabet, o “Doutor Bigodin”, médico ginecologista e obstetra do sistema público de saúde (SUS).
Além disso, também é mais indicado manter os comprimidos dentro da embalagem original, em dez de guardá-los nas famosas caixinhas de plástico com divisórias, como algumas pessoas costumam fazer. Apesar da praticidade, elas não são a melhor opção para conservar as pílulas.
Outra coisa que se deve evitar é partir os comprimidos ao meio. “Perde-se a dose prescrita da medicação, então não é aconselhável para nenhum tipo de remédio. Cortar, diluir… tudo isso pode alterar a eficácia farmacológica”, diz Tabet. “Jamais se deve cortar a pílula porque você pode perder partículas dela”, afirma Bellelis.
Que outras situações podem fazer com que o anticoncepcional perca os efeitos desejados? O Dr. Bigodin lista algumas delas: “Algumas doenças nas quais os pacientes precisam tomar antibiótico fazem perder a eficácia e algumas medicações anticonvulsivantes, também… A dica é: em caso de processo infeccioso e/ou uso contínuo de medicações, é importante conversar com o seu médico para ter certeza de que o anticoncepcional não vá perder a eficácia e, dessa forma, tenha que ser administrado de uma outra maneira”.