aspectos da vida social que influenciam na libido feminina

A falta de desejo sexual é uma queixa predominante entre as mulheres nos consultórios. Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo por meio do Centro de Referência e Especialização em Sexologia do Hospital Estadual Pérola Byington mostrou que a falta ou diminuição do desejo sexual afeta 48,5% das mulheres que procuram auxílio médico por conta de disfunções sexuais.

“A maioria dos problemas tem como causa aspectos psicológicos e socioculturais ligados ao desinteresse pelo sexo. Mas também há muitos aspectos da vida social que podem reduzir a libido”, afirmou Dra. Eveline Catão, ginecologista, obstetra e associada da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil).

A médica mapeou seis aspectos da vida social que acabam impactando negativamente na libido feminina. Eles seguem abaixo:

1 – Falta de exercícios físicos

Um estudo publicado no The Journal of Sexual Medicine mostrou que mulheres que praticam até seis horas de atividade física por semana apresentaram maiores níveis de desejo, excitação e lubrificação do que as sedentárias. Elas também apresentaram menor sofrimento sexual e menor resistência nas artérias do clitóris (o que deixa a região com um fluxo sanguíneo melhor, aumentando o prazer).

Dra. Eveline acrescenta ainda que praticar exercícios com maior regularidade aumenta a disposição e a motivação, consequentemente melhorando a autoestima.

2 – Má alimentação

Uma alimentação inadequada pode interferir na libido. Da mesma forma, a adoção de práticas alimentares saudáveis e atividades físicas pode ajudar a aumentá-la. Segundo a médica, alimentos como farinha branca, refrigerante, frituras e bebida alcoólica são considerados vilões para quem quer melhorar o desempenho sexual; por outro lado, frutas como melancia, abacate, maçã e romã são consideradas aliadas, pois são funcionais e afrodisíacas. “É sempre bom evitar refeições muito pesadas antes de namorar, pois elas fazem com que o organismo fique muito ocupado com a digestão, deixando outros interesses de lado”, explica Dra. Eveline. Para ela, o ideal, nessas horas, é investir em um prato leve.

3 – Química cerebral desajustada

Vários estudos têm demonstrado a íntima relação da dopamina com o desejo sexual. Níveis baixos de dopamina tipicamente resultam em diminuição de libido. Alguns medicamentos que bloqueiam a dopamina acabam também reduzindo a libido e a recíproca é verdadeira: medicamentos que aumentam a dopamina podem aumentar o desejo sexual. “Sendo assim, é interessante procurar ajuda médica para saber se é necessário regular o nível da substância no organismo”, afirma a especialista.

4 – Cansaço e estresse

O estresse pode aumentar a produção do hormônio cortisol no corpo, que pode suprimir os hormônios sexuais, criando uma libido menor. “Essa resposta também desencadeia a liberação de epinefrina, que em níveis elevados podem causar diminuição do desejo sexual”, revela a médica.

Conforme ela esclarece, quando o estresse é crônico, o corpo usa hormônios sexuais para atender às demandas crescentes de maior produção de cortisol, diminuindo seu interesse pelo sexo. Além dos efeitos fisiológicos do estresse, há também aspectos psicológicos. Dra. Eveline lembra que o estresse pode fazer com que o paciente tenha uma mente ocupada e esgotada, que o distraia de querer sexo.

5 – Ansiedade

A ansiedade pode ser definida como sentimento de apreensão e medo caracterizado por sintomas físicos, psicológicos e cognitivos. A ansiedade relacionada ao sexo provoca um impedimento psicológico para o desempenho da atividade sexual; além disso, mesmo em mulheres sem ansiedade, estudos já demonstraram que distrações cognitivas reduzem a excitação tanto fisiológica quantosubjetiva aos estímulos eróticos.

6 – Falta de sono

A privação de sono afeta não apenas a produtividade e o humor de quem não dormiu direito, mas também a libido. Quando dormimos pouco, o corpo entra em um estágio de “reserva de energia” e tende a priorizar as funções vitais e em detrimento da sexualidade. Assim, o pouco descanso também afeta a produção de hormonal que gera o desejo sexual. “O ideal é dormir, pelo menos, oito horas por noite”, reforça a ginecologista.

Plena mulher

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