A falta de olfato está entre os sintomas mais comuns relatados por pacientes acometidos pela doença.
Oolfato é considerado um dos sentidos mais primitivos, o qual tem sido muito afetado pelo novo coronavírus, comprometendo tal função nos infectados. Muitos dos pacientes relataram dificuldades em experimentar ou diferenciar entre as qualidades gustativas básicas (salgado, amargo, doce e azedo), sugerindo fortemente que as capacidades quimiossensoriais do sistema gustativo, mediado por papilas gustativas, são afetadas pela doença. Os déficits ocorrem no início da doença e, em alguns casos, foram relatados como o primeiro ou único sintoma.
Embora alguns pacientes sejam assintomáticos, em outros a infecção pode apresentar sintomas leves nas vias aéreas superiores e progredir para dispneia severa, necessidade de ventilação mecânica e, por fim, morte.
Dentre os sintomas da Covid-19 estão a perda do olfato e a do paladar. Os dados apresentados em estudos iniciais sobre a prevalência de queixas olfativas e gustativas variam de 5% a 85%. Este distúrbio pode ser um valioso indicador de infecção por este vírus.
Dentre as várias causas, a pós-viral é a mais comum. Segundo o médico otorrinolaringologista Dr. Edson Freitas, “a ausência de olfato na maioria das vezes tem resolução quando esse quadro sintomático e de obstrução é resolvido, mas alguns pacientes podem ter permanência do quadro devido ao vírus induzir a uma doença neuronal”, ressalta.
De acordo com o médico, “o treinamento olfativo é a primeira linha de abordagem recomendada na perda do olfato com duração de até duas semanas. Este consiste em uma estratégia que envolve um programa regular de utilização de odores ou óleos essenciais durante 20 segundos cada, ao menos duas vezes por dia, com duração mínima de três meses, visando a recuperação do sistema olfativo”.
Além disso, é uma boa opção para pacientes com o quadro de anosmia (incapacidade de sentir odores) relacionada à Covid-19 persistente, uma vez que seu custo é baixo e seus efeitos adversos insignificantes.
Além disso, o especialista analisa que esta é a única intervenção específica da doença com eficácia demonstrada para o tratamento de pequenos distúrbios pós-infecciosos e da gustação.
“Embora o mecanismo exato para este efeito ainda não tenha sido descrito, acredita-se que a estimulação dos neurônios olfativos por odores já definidos aumenta a capacidade de regeneração e o potencial neuroplástico deste sistema”, explica o profissional..
Isso quer dizer que os pacientes com Covid-19 recuperam normalmente o seu olfato ao longo de semanas, “muito mais rapidamente do que os meses que podem levar a recuperar da anosmia causada por um subconjunto de infecções virais conhecidas por danificar diretamente os neurónios sensoriais olfativos. Além disso, muitos vírus causam perda temporária do olfato ao desencadear problemas respiratórios superiores, tais como nariz entupido. Alguns pacientes da COVID-19, contudo, sofrem de anosmia sem qualquer obstrução nasal”, destaca o médico.
Diante deste cenário, Dr. Edson observa que “podemos então concluir de que a anosmia prevalece em muitos dos casos de infecção por Covid-19, mas que é na maioria das vezes temporária mesmo que possa prolongar-se após o período de infecção. O treinamento olfativo é a primeira linha de abordagem recomendada na perda do olfato durante o período inicial”, completa.
Com informações da assessoria