O ciúme é um sentimento comum. É normal não gostar de ver o parceiro conversando com alguém que demonstra interesse romântico por ele ou observar um amigo fazendo amizade com outras pessoas. Porém, se torna prejudicial quando passa a ser excessivo.
Um exemplo de ciúme doentio está presente na história de Otelo, escrita por William Shakespeare. Na trama, o personagem é obcecado pela ideia de que a esposa é infiel e decide matá-la. Essa síndrome, marcada por delírios envolvendo possíveis situações, foi classificada pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais como um Transtorno Delirante Paranoico do tipo ciumento.
“Às vezes, a intensidade do sentimento é tão forte que a pessoa nem precisa de provas, basta acreditar que está sendo enganada ou trocada por outra. O ciúme doentio prejudica a saúde mental, a vida social, a percepção de realidade e as relações. Em muitos casos, infelizmente, resulta em comportamentos violentos e tragédias”, explica a psicóloga Márcia Karine.
Os sintomas mais comuns, que entregam quando o ciúme tomou proporções perigosas. Eles são desconfiança, irritabilidade, raiva e impulsividade. Além disso, a pessoa costuma conferir celulares, redes sociais e e-mail em busca de algo que confirme suas suspeitas, é invasiva, realiza interrogatórios e não acredita nos fatos que inocentam a vítima.
A psicóloga ressalta a necessidade de todos os envolvidos em casos de ciúmes extremo procurarem ajuda profissional. “Manter o relacionamento amoroso ou a amizade acreditando que as atitudes são passageiras não é saudável. Se a pessoa ciumenta não buscar um psicólogo ou psiquiatra para tratar seu transtorno, ela permanecerá com as paranoias e a obsessão de que algo está errado. Esse cuidado com a saúde mental também serve para as vítimas, que são bastante afetadas pelos comportamentos julgadores”, conclui Márcia.
Plena Mulher