Mais de 1 bilhão de mulheres estão passando pela menopausa

Para a ginecologista Beatriz Tupinambá, o conhecimento e o cuidado precoce proporcionam qualidade de vida para as mulheres de todas as idades impactadas

Segundo pesquisas realizadas, mais de 1 bilhão de mulheres no planeta (ou seja, uma média de 12% da população), estão passando pelo climatério e menopausa. E mesmo assim, esta temática importante é um tabu para a maioria delas.

O desconforto causado pelo climatério e menopausa é um processo natural do corpo humano. Mas, a grande maioria desconhece o assunto, e acreditam em mentiras contadas repetidamente, que refletem no medo de atravessar os dois momentos. E levam estas mentalidades até o final de suas vidas. 

A médica ginecologista e especialista em menopausa, climatério, reprodução humana e longevidade da medicina, Beatriz Tupinambá, vem ganhando cada vez mais força em seus canais digitais por produzir informações importantes, diariamente, as suas mais de 400 mil inscrições em redes sociais. Isso mostra, que além da falta de conhecimento, as mulheres enxergam a menopausa como um período muito temido, e sem solução. 

A doutora acredita que estas podem ser ‘a melhor fase da mulher’, sem anular nenhum sintoma, ou desconforto. Através do conhecimento aliado a ação, as pessoas podem deter grandes complicações. Isso foi comprovado em suas mais de 10 mil pacientes e alunas, que buscavam por ajuda nos temas. 

”A menopausa é um processo biológico e natural. Ela acontece quando os ovários deixam de produzir o estrogênio e a progesterona, resultando na suspensão da menstruação. Mas a grande questão, e o erro, é achar que todos os desconfortos passarão por conta própria. Não dá para entender, porque mulheres esperam tanto tempo para terem qualidade de vida. E antes de falar de menopausa, vamos entender o que vem antes, que é o climatério”, explica Beatriz. 

O climatério é a fase pré menopausa. Só se identifica o fim desta fase, quando está há um ano sem menstruar. Mas, e quando a mulher entra no climatério?

Para começar, fisiologicamente, a partir dos 30 anos de idade, a produção hormonal já começa a diminuir. O processo de envelhecimento já começa a acelerar, e é difícil para a mulher perceber ou a relacionar suas queixas ao período de climatério. Mas, a especialista detalha, a importância de acompanhar o ciclo menstrual e suas mudanças notórias.

Por conta da queda da progesterona, o aumento da TPM, irritabilidade e encurtamento do ciclo menstrual, são alguns dos principais sintomas. Mas, a grande maioria das mulheres só associam a relação com a menopausa, quando o encurtamento do ciclo dura meses.

Se o ciclo mudou é um fator importante para identificar os períodos. Buscar um ginecologista logo no início dos sintomas como mudanças de humor, alteração do sono, pele envelhecendo mais rápida, podem ser fatores que apontam para o início do climatério, mas quase nunca são associados ao tema, e sim, ao estresse do dia a dia, excesso de trabalho, entre outras desculpas. 

”Se a mulher não faz nada a respeito enquanto há tempo, ela envelhece muito mais rápido, e isso acontece no corpo inteiro, não só na pele, mas o aumento do cansaço, a perda da jovialidade e disposição, e até quadros depressivos. O nosso corpo não perdoa, a gente precisa viver com a fisiologia hormonal em dia, que é o básico para o nosso organismo funcionar corretamente. Só o conhecimento sobre si e sobre os temas combate os desconfortos. Quanto antes agir, mais qualidade de vida a mulher terá”, revela Beatriz.

Confira 3 vertentes importantes que impactam diretamente no climatério e menopausa: 

1 – Sono e intestino:

Quando nos alimentamos bem, nós automaticamente desinchamos, principalmente, se diminuímos ou cortamos alimentos e ingredientes inflamatórios. Automaticamente, todos os receptores hormonais desinflamam também, e a ação deles melhoram, e isso reflete diretamente no sono. A alimentação ruim acelera a menopausa, e os outros dois fatores importantes dentro deste cenário, é evitar dormir pouco e também comer antes de ir dormir. A boa noite de sono permite que a melatonina faça uma varredura de células ruins e as renove. Este hormônio é um dos antioxidantes mais potentes que nós temos, e ajuda muito a diminuir a incidência de câncer. 

”Além de anticancerígena e antioxidante, a melatonina é essencial para ser mantida como prioridade na nossa saúde. Se ela estiver desequilibrada, vai interferir na produção de hormonios da tireoide, e consequentemente, isso impacta no ovário, que resultará na diminuição de progesteron. Os tres pilares (melatonina, tireoide e ovarios) estão interligados diretamente, e uma prejudica a outra como um efeito cascata”, complementa Beatriz. 

2 – Estresse 

Não é natural ser estressada. É normal existir o estresse, e saber lidar com ele. Estes dois comportamentos são divisores de águas para evitar doenças muito severas. E, claro, o estresse também acelera a menopausa. 

3 – Suplementação

Os hormônios são produzidos a partir de matéria-prima. Então, temos que dar essas matérias-prima, que são as vitaminas e nutrientes. A nossa alimentação hoje em dia, não tem o aporte de nutrientes necessários para o corpo humano funcionar como deveria. Mesmo as pessoas que se alimentam de forma correta não estão dentro da taxa ideal, e isso inclui até os que dão preferência aos orgânicos. Entrar com uma suplementação bem feita significa que você está ajustando suas engrenagens, e o corpo funciona muito melhor. Fazendo uma analogia, um carro bem cuidado, com revisões periódicas, lubrificado, aparafusado, demora muito mais tempo para dar defeito. Mas um carro, por mais que seja novo, mal cuidado, quebra mais rápido e apresenta  problemas constantes. 

A própria progesterona, não deve ser dada só quando você está para entrar na menopausa. Precisa regular, com acompanhamento, para manter os mesmos níveis de quando somos mais novas. E quando não há produção suficiente, o SHBG aumenta (é uma espécie de ‘detector’), e ele está relacionado diretamente a doenças inflamatórias, qualquer uma que seja. E isso é um alerta, a base, para mais para frente ocorrer um problema cardiovascular.

Por iG Delas

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