Previsto para iniciar ainda em setembro, o Censo detalhará aspectos como infraestrutura das aldeias, acesso aos recursos naturais, educação e saúde.
Em reunião ocorrida na manhã desta terça-feira, 14, entre os representantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da coordenação do Departamento de Relações Indígenas da Prefeitura de Parauapebas e do Instituto Indígena Botiê Xikrin (I.B.X) foram traçadas ações para realizar a pesquisa que vai atualizar as informações sobre a realidade das comunidades indígenas, suas diferentes formas de organização social, costumes, línguas e aspectos culturais.
O Censo Demográfico 2022 teve início em agosto e é a maior e mais abrangente operação de recenseamento já realizada pelo IBGE. O objetivo é quantificar a população atual e conhecer as condições em que vivem os cidadãos brasileiros.
O Instituto iniciará a contagem dos indígenas ainda este mês nas aldeias Xikrin Kateté, Djudjekô, Ô Ô Djâ, Pokrô, Krimei, Kamkrokrok, Pratinhopyry, Kametkore, Pukatiokrai, Tep -kre, Ken Nhoro, Kuikô, Bádjon Kore e Pykatingró localizadas em Parauapebas.
De acordo com o coordenador do DRI, Girlan Pereira, a contagem dos indígenas, o detalhamento das condições em que vivem e suas fontes econômicas são informações importantes para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas para a etnia, sendo um parâmetro para a realização de planejamento e captação de recursos juntos aos governos municipal, estadual e federal. “Esse planejamento tem passado por constantes mudanças, pois os indígenas já têm sido inseridos em universidades, no mercado de trabalho e até mesmo na vida política. Por isso, hoje se faz necessário mais investimentos e criação de estruturas “, afirmou Girlan Pereira.
O I.B.X. prestará apoio aos recenseadores para que as comunidades os recebam e deem as informações necessárias. “A primeira atividade dos recenseadores do IBGE é a reunião de abordagem com as lideranças indígenas nas aldeias e comunidades indígenas. Nesse encontro, os recenseadores apresentam e explicam o que é o Censo Demográfico, além de solicitar o apoio das lideranças para a realização da pesquisa”, explica Atoro Tikra Xikrin Gavião, presidente do Instituto.
Como as comunidades indígenas podem apoiar o Censo 2022?
- recebendo bem os recenseadores;
- respondendo às perguntas;
- divulgando a ação para amigos e familiares.
O que já sabemos
De acordo com o último Censo realizado em 2010, a população indígena no Brasil é de 896,9 mil pessoas, de 305 etnias e 274 línguas diferentes. A pesquisa anterior demonstrou que 57,7% dessa população estava distribuída em 505 Terras Indígenas, das quais seis tinham mais de 10 mil habitantes. A terra com maior população era a Yanomami, localizada nos Estados do Amazonas e de Roraima, com 25,7 mil pessoas.
O recenseamento feito há 12 anos comprovou, mais uma vez, a grande diversidade dessas etnias, que apresentam diferentes modos de vida e enorme riqueza cultural. Retratar a situação atual dessas comunidades, quantas são, onde habitam e como vivem atualmente será um dos grandes desafios do Censo 2022.
Para o sucesso dessa pesquisa, o IBGE contará com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e de toda a população indígena a fim de melhorar a coleta das informações.
Texto e fotos: Francesco Costa com informações do IBGE.
Assessoria de Comunicação/PMP