O alho é conhecido pelas suas propriedades terapêuticas e antifúngicas. Veja como funciona e quais as indicações
Se engana quem pensa que o alho só pode ser usado na cozinha. O alimento tem propriedades medicinas e, desde antigamente, é usado para tratar corrimentos e infecções vaginais . Ele faz parte da ginecologia natural , prática que ganhou mais visibilidade nos últimos tempos e é uma terapia holística, método alternativo e olha não só a parte médica, mas foca também no emocional, mental e energético do corpo.
É importante ressaltar que o alho deve ser usado apenas com a indicação de uma médica ginecologista e/ou uma terapeuta da ginecologia natural. “O alho age fisicamente e energeticamente no canal vaginal da mulher, tratando o corrimento derivado de alguma infecção.” Ele tem funções antimicrobianas, antifúngicas, antibióticas e anti-inflamatório, como explica Aimê Bull, terapeuta e especialista em ginecologia natural. Continua após a publicidade
Ela explica que o ideal é usá-lo à noite, na hora de dormir. Antes de introduzir, é necessário lavar, descascar e, com uma agulha, passar uma linha ou fio dental para que ele assuma o formado de absorvente interno. “Algumas pessoas conhecem tão bem o seu canal vaginal e colo do útero que preferem não usar nenhuma cordinha, apenas colocam o alho lá dentro e tiram no dia seguinte ao acordar. O alho fica introduzido durante toda a noite. Pode usar por, no máximo, 7 dias seguidos.”, diz.
Assim como o banho de assento , essa técnica é usada há muitas décadas e passada de geração em geração. A especialista diz que o método é contraindicado caso a mulher tenha alguma ferida aberta na vagina, se estiver menstruada ou grávida.
“Muitas vezes a mulher não se sente segura ou até mesmo não conhece muito bem o seu corpo e tem medo do alho se perder lá dentro. Existem outras técnicas que podem ser usadas como o banho de assento. Nada se perde dentro do canal vaginal”, diz. Continua após a publicidade
Polêmica com o alho e comprovação científica
Em 2019, a ginecologista Jennifer Gunter alertou sobre os riscos da técnica. Em uma série de tweets, ela disse que por mais que o alimento tenha alicina, que é uma propriedade bactericida, isso não quer dizer que a técnica vá ajudar no tratamento de infecções vaginais. Caso seja feito sem indicação de um especialista, a paciente pode acabar agravando a situação.
Não existe um consenso entre os profissionais que cuidam da saúde da vagina a respeito do uso do “OB de alho uns são contra”. Contudo, o estudo de Cohain, de 2010, em mulheres que apresentavam sintomas vaginais crônicos, mostrou que a aplicação do alho intra vaginal eliminou os sintomas causados pelas bactérias e impediu a proliferação.
Existem diversos estudos sobre as funções deste alimento. A pesquisa Plantas Medicinais, de 2010, mostrou que o alho é usado desde os tempos da Babilônia, atuando como um potente anti-séptico. Muitos artigos científicos apontaram a eficiência do alimento no combate a infecções.
Em 2014, a Revista das Plantas Medicinais mostrou que o alho inibiu o crescimento de bactérias e infecções. Um fato interessante é que a análise brasileira “A ginecologia natural como alternativa a um modelo médico tradicional: uma revisão integrativa” mostrou também que o efeito do alho quando ingerido não é o mesmo de quando se é usado de modo intravaginal, por perder compostos durante a digestão.
Fonte: Delas – iG