Além do risco de perderem as mães, os bebês prematuros podem desenvolver problemas de saúde ao longo de toda vida
De acordo com dados oficiais compilados pelo Observatório Obstétrico COVID-19, pandemia do coronavírus já matou pelo menos 1.461 grávidas no Brasil, 1.007 apenas neste ano. Ao que tudo indica, esse número pode ser muito maior, já quemuitos casos de Síndrome Respiratória Aguda (Sars) acabam não sendo testados para COVID.
Além disso, o alto índice de de infecções por coronavírus com a variante P1 (primeiro identificada em Manaus e rebatizada de Gamma pela Organização Mundial da Saúde – OMS) em 2021 tem provocado um volume considerável de partos prematuros, lotando maternidades e UTIs neonatais em diferentes cidades do país, de acordo neonatologistas e obstetras ouvidos pela BBC News Brasil.
Em 2020, o número de grávidas infectadas pelo coronavírus foi de 6.805, mas só nos primeiros 5 meses de 2021 foram 7.679 casos reportados. Pesquisas apontam que a COVID-19 aumenta o risco de morte neonatal e partos prematuros (com menos da 37ª semana de gestação). Quando a gestante desenvolve um quadro muito grave da doença, os médicos precisam fazer uma cesárea de emergência e antecipar a gestação.
Bebês prematuros que nascem em centros de referência ainda conseguem tratamentos que evitem complicações pós-parto, mas com as UTIs desses centros lotadas, muitas mulheres grávidas com COVID acabam desassistidas. Em alguns casos, a criança sobrevive e pode precisar de acompanhamento médico especializado e fisioterapia, necessidades que se somam ao fato de vários bebês terem perdido as mães.
Segundo reportagem da BBC News Brasil, as consequências da prematuridade não se resumem à morte ou à sobrevivência do bebê: muitos podem ter problemas de saúde, de cognição e desenvolvimento ao longo de suas vidas. Nos casos em que as progenitoras sobrevivem, os próprios efeitos prolongados da COVID dificultam os cuidados com os filhos prematuros.
Por iG Delas