“Só depois eu descobri que era uma violência”, conta Angélica em entrevista à Luciana Temer, diretora do Instituto Liberta
Vergonha, medo, descrença nas autoridades e até mesma falta de conhecimento, são alguns dos problemas enfrentados pelas vítimas de violência sexual . Em entrevista com a advogada Luciana Temer, diretora do Instituto Liberta, a apresentadora de 48 anos, Angelica, conta que já foi vítima de assédio sexual na adolescência e, como muitas meninas, só foi entender o que aconteceu muitos anos depois.
“Era um grupo de jovens, de homens, meninos. O fotógrafo falou: ‘fica aqui do lado dela para fazer foto’. Aí vieram aqueles meninos todos e quando o fotógrafo falou que era uma brasileira, cantora do Brasil, eles foram chegando perto de mim e se esfregando em mim”, relembra Angélica.
“Um dos meninos ficou passando a mão na minha bunda. Passando a mão em mim inteira. Eu estava atrás de um táxi, ninguém estava vendo e eu não fiz nada. Eu estava num país que não era o meu, eles conversavam numa língua que não era a minha… Estava ali sendo violentada por dois, três meninos, ninguém viu, eu sabia e eu não tive reação nenhuma, não fiz nada”, conclui a apresentadora.
Em suas redes sociais, Angélica ainda fez um post falando sobre o assunto, questionando o porquê de ter enterrado o ocorrido por tanto tempo, afirmando como a maturidade lhe trouxe coragem para relatar sobre o assunto, incentivando outras vítimas a também denunciarem e não se esconderem.
“Convido vocês, que sofreram qualquer tipo de abuso/assédio, a me mandarem seus relatos através do meu direct, em formato anônimo ou se identificando. Eu vou recontar sua história, vamos quebrar esse silêncio. Juntas somos sempre mais fortes”, trecho do post no instagram.
Por Daniela Ferreira