O adesivo anticoncepcional contém os mesmos hormônios e é tão eficaz quanto a pílula anticoncepcional. Mas tem a vantagem de não precisar se lembrar de tomar todos os dias, além de ter menos possibilidade de efeitos colaterais.
O ginecologista e obstetra Rodrigo da Rosa Filho, especialista em reprodução humana, explica que a aplicação do adesivo é feita a cada sete dias, por três semanas seguidas (21 dias) e uma semana de intervalo, para que ocorra a menstruação. Por isso, o ciclo menstrual não muda. Se, por algum motivo, a pessoa não quiser menstruar, há a opção de emendar um adesivo no outro.
A caixa com três adesivos (para um mês) custa por volta de 80 a 90 reais e é vendida em farmácia. Mas, antes de comprar, é preciso que haja uma indicação profissional.
De acordo com o médico, não há prazo máximo para o uso do adesivo anticoncepcional. E ao parar de aplicá-lo, a fertilidade volta e a mulher pode engravidar normalmente.
Como ele funciona e para quem é indicado?
O adesivo anticoncepcional é um “patch” que é colocado na pele em uma região que não vai aparecer, para não ficar exposto. E ele vai aos poucos liberando os hormônios, que são absorvidos através da pele. “Esses hormônios, ao contrário da pílula comum, não são absorvidos no estômago, o que reduz desconfortos como náuseas”, explica o ginecologista.
A composição do adesivo é de basicamente dois tipos de hormônios: etinilestradiol e norelgestromina. Portanto, é indicado a qualquer mulher que não tenha contraindicações ao uso de contraceptivos hormonais combinados.
Como o adesivo é usado?
É a própria mulher que cola o adesivo anticoncepcional. “É muito simples, como se estivesse colando um band-aid”, afirma o médico.
Ele explica ainda que a cada sete dias esse adesivo deve ser descartado e um novo deve ser colado. “Dá para tomar banho tranquilamente, sem medo que o adesivo solte. Se acontecer, o ideal é mudar para o próximo adesivo. Mas, se descolar com frequência, então esse não deve ser o método usado”, diz. Também pode acontecer da pessoa desenvolver alguma alergia ao adesivo, o que mostra que esta tem contraindicação ao método.
E, de acordo com o profissional, se a pessoa se esquecer do dia da troca, há uma margem de segurança de 24 horas, garantindo que um novo adesivo seja colocado nesse período sem comprometer a proteção. Em um prazo maior que esse, especialmente se forem os dois primeiros adesivos, a eficácia é reduzida. “Pode até colocar um adesivo novo, mas o ideal é usar preservativo em todas as relações até o final do ciclo, pois o risco é maior”.
Efeitos colaterais possíveis
O ginecologista Rodrigo da Rosa Filho explica também que, por ter menor metabolização no fígado, os efeitos colaterais do adesivo também são menores. “Mas há uma chance de aumento no risco de trombose em relação a quem não usa nenhum método anticoncepcional”, afirma. E também pode causar outros problemas, como:
- Retenção de líquidos
- Náuseas
- Mal estar
- Trombose
- Aumento da pressão arterial
Mas, de acordo com o médico, em todos esses casos a incidência é menor do que no uso da pílula.
Mesmo sendo um adesivo, a indicação deve levar em conta o hormônio, independente do meio pelo qual ele será absorvido pelo organismo. Portanto, quem tem algum tipo de intolerância, não pode usar.
O adesivo anticoncepcional também não é indicado em casos de predisposição à trombose, problemas no fígado, diabetes ou hipertensão descontrolada e tabagismo.