A técnica utilizada com fios de sustentação para combater a flacidez, normalmente do rosto, surgiu na década de 1980 e, com o tempo, foi aperfeiçoada com o uso de diferentes materiais. A dermatologista Dra. Anelise Dutra (CRM/SP 130.495), da clínica Unique, falou sobre o assunto e citou as vantagens e desvantagens do procedimento.
O que são fios de sustentação?
Segundo a dermatologista, os fios de sustentação permitem reposicionar a pele e os músculos sem a necessidade de uma cirurgia plástica. “Eles estimulam a produção de colágeno na pele, assim, prometem não só um lifting instantâneo, mas também desacelerar o processo de envelhecimento”.
A doutora explicou que existem os fios absorvíveis e os não-absorvíveis, também chamados permanentes. Os fios absorvíveis são normalmente utilizados na sutura de cirurgias e são gradualmente absorvidos pelo corpo. Alguns exemplos são os fios de PDO e PLLA.
Já os fios permanentes são rígidos e não são absorvidos pelo organismo com o passar do tempo. “Entre eles, estão os fios de ouro, fio búlgaro ou fio russo. Esses fios mais rígidos podem ser feitos com ouro, polipropileno ou poliamida, e são indicados para melhorar a flacidez, rejuvenescer, corrigir rugas e definir o contorno facial”, completou a especialista.
Tipos de fios de sustentação
Para realizar o procedimento, a especialista avalia quais os fios de sustentação serão necessários. Confira três tipos de materiais citados pela dermatologista:
- Fios de polidioxanona (PDO ou PDS): os fios de PDO são aprovados pela Anvisa e feitos com um material sintético, que o organismo absorve com o tempo. “Ele age na pele estimulando a produção de colágeno e o seu efeito pode demorar de 2 a 3 meses ou até pode levar mais tempo”. Contudo, a especialista frisou que cada organismo reage diferentemente à presença de corpos estranhos.
- Fios de ácido polilático (PLLA): a especialista disse que os fios de ácido polilático, além de lesionarem a camada da pele em que são aplicados e estimularem a produção de colágeno, provocam uma tração e não têm ação duradoura. “O paciente vê o efeito lifting imediatamente, assim ele sai do consultório com os cantos dos olhos e boca mais levantados, bigode chinês suavizado e assim por diante, de acordo com o procedimento realizado”.
- Fio russo: já o fio russo é opção permanente de sustentação e ajuda a reduzir a flacidez da pele do rosto e pescoço. Segundo a dermatologista, esse fio de sustentação é “feito de polipropileno, um material biocompatível com o organismo”. A profissional alertou que o fio russo pode gerar a formação de nódulos inflamatórios, chamados granulomas, e por esse motivo já não é tão utilizado.
As áreas de aplicação e o tipo de fios de sustentação são avaliados pelo profissional médico a partir do que a pessoa deseja. A seguir, veja como é feito o procedimento.
Como é feito o tratamento com fios de sustentação
A médica explicou que, primeiramente, o especialista demarca todos os pontos onde os fios de sustentação precisam entrar, passar e sair. Depois, “aplica-se anestesia local tópica e injetável. Então, com o paciente deitado, usa-se uma microcânula que faz furos muito pequenos na pele. Assim, o profissional insere os fios de acordo com o planejado”.
Na última etapa do procedimento, “é realizado alguns ajustes nos fios que provocam tração (como o PLLA)”. Dessa forma, é possível “esticar um pouco mais a pele do rosto, rejuvenescendo a região”. Por fim, o especialista corta as pontas dos fios e realiza os curativos.
Após o procedimento, normalmente ocorre inchaço na região, mas, segundo a doutora, “o edema pode variar entre 7 e 15 dias, e no caso dos fios absorvíveis, pode demorar até 3 meses para não sentir partes do mesmo na área aplicada”. Sobre a durabilidade, pode durar de “6 a 12 meses nos PDO, de 12 a 18 meses nos PLLA, até 5 anos no fio búlgaro, e os outros são permanentes”. Já o valor depende do tipo e quantidade de fios, portanto, é necessário passar por uma avaliação médica.
Cuidados após o procedimento
É importante tomar alguns cuidados após o tratamento, como “evitar sol em áreas de hematoma, usar sintomáticos para dor nos primeiros dias, cuidados ao dormir (não dormir de bruços), além de ser necessário realizar compressas com gelo nas primeiras 12 horas”.
Já 48 horas após a aplicação, deve-se utilizar uma máscara de fita micro porosa, com o objetivo de conter movimentos, e não pode realizar exercícios físicos”, orientou a dermatologista.
Fios de sustentação X preenchimento
A dermatologista explicou que o “preenchimento com ácido hialurônico, geralmente, é feito em áreas com maiores perdas de volumes e coxins gordurosos, já os fios de sustentação, em áreas de apenas reestruturação dos tecidos. Muitas vezes, outros procedimentos são associados para resultados mais relevantes.”
Para definir qual o procedimento mais indicado, a profissional disse que “todo o processo precisa ser avaliado por um profissional médico adequado e ajustado de acordo com as expectativas e possibilidades da paciente”.
Vantagens e desvantagens dos fios de sustentação
Assim como em qualquer procedimento estético, existem as vantagens e desvantagens. Portanto, veja o que a dermatologista apontou:
Vantagens
- Efeito lifiting;
- Procedimento pouco invasivo;
- Sem pós-cirúrgico e intercorrências de uma cirurgia plástica;
- Melhora a flacidez em peles com danos mais brandos;
- Desaceleração do envelhecimento.
Desvantagens
- Pessoas que já apresentam flacidez acentuada dificilmente terão um resultado tão significativo;
- Procedimento oneroso;
- Manutenções a cada 12-24 meses;
- Associação de outros procedimentos estéticos para melhores resultados;
- Pouca durabilidade.
É válido frisar que existem diversos procedimentos estéticos, por isso, é importante consultar um bom profissional para não colocar a saúde e o bem-estar em risco. Aproveite e tire dúvidas sobre preenchimento facial, outra técnica muito utilizada atualmente.